A nossa região
Povoação ainda hoje com o estatuto de aldeia, Quinta do Anjo é uma das cinco freguesias do Concelho de Palmela. Inserida numa paisagem mista de serra e planície, a povoação situa-se a 40km de Lisboa, 12km de Setúbal e 3km de Palmela, gozando, portanto, de uma localização geográfica privilegiada, que lhe permite um acesso relativamente fácil e rápido a dois grandes centros urbanos e simultaneamente uma distância tranquila dos mesmos.
De ambiente manifestamente rural e campestre, a vizinhança próxima de localidades costeiras como Sesimbra ou Setúbal, trazem com facilidade e frequência os sabores do mar à mesa da aldeia, não sendo por isso de estranhar que o peixe fresco faça diariamente parte da nossa ementa.
É uma localidade que cresceu devagar, casa a casa ao longo dos tempos, devendo o seu nome e origem a uma antiga Quinta localizada na zona que aflora a Serra do Louro, tendo-se desenvolvido em torno de algumas actividades económicas que ainda hoje persistem, tais como a pecuária, com destaque para a criação de gado ovino e decorrente fabrico de lacticínios, a agricultura e vitivinicultura.
Alguns dos produtos mais reconhecidos da região da Costa Azul, tais como o Queijo de Azeitão, o moscatel de Setúbal e os mundialmente premiados vinhos da região de Palmela, foram baptizados com os nomes de terras vizinhas mas têm na Quinta do Anjo as suas raízes. É nesta terra que pastam os rebanhos de ovelhas e onde se localizam muitas das queijarias tradicionais produtoras do certificado Queijo de Azeitão. É também nesta freguesia que se encontram grandes extensões de vinha e algumas das principais adegas produtoras dos melhores moscatéis de Setúbal bem como dos premiados vinhos VQPRD de Palmela.
Sendo hoje uma freguesia em permanente crescimento demográfico, com um vastíssimo leque de actividades económicas fixadas nesta região, um dinamismo comercial e industrial responsável pela maior parte do PIB do País, a Quinta do Anjo e a região de Palmela de modo geral, desde há muito que conhece o movimento de migração de populações.
A par da gastronomia que tem as suas origens na tradição culinária desta terra, também as influências de populações migrantes, que ao longo dos tempos aqui se vieram fixar, marcam a sua presença na gastronomia da região. Oriundos de locais como Mira, Cantanhede, Montemor-o-Velho, Figueira da Foz, Viseu, Aveiro, Pombal, os trabalhadores rurais que para esta terra se deslocaram conheceram a designação de “caramelos”. Nomenclatura que ainda hoje persiste, geralmente com significado deturpado, a palavra “Caramela” refere-se a toda uma herança deixada por essas populações, sendo o património gastronómico parte dela. À mesa do Alcanena podemos encontrar como uma das especialidades da Adega, as típicas “Favas à caramela” um dos muitos pratos habituais na merenda dos trabalhadores rurais que aqui se fixaram para trabalhar nos campos da região. As Migas de Bacalhau no Pão ou a Sopa de Cação são exemplo de outra das influências de populações migrantes, neste caso a Alentejana. Presença marcante na composição da população actual da freguesia e com reflexos também nos sabores que encontramos à nossa mesa.